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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

REMEXENDO MEU PASSADO

COMO É FÁCIL ESCREVER PARA QUEM SE GOSTA. FIZ UMA BUSCA POR MEU NOME NO GOOGLE (COISA DE HOMEM SOZINHO EM CASA) E ACHEI ESSE POEMA , UM DOS QUAIS EU MAIS GOSTEI E MENOS TEMPO GASTEI PRA FAZER. DETALHE: A DESTINATÁRIA NUNCA ME DEIXOU COPIAR. ACHEI ESSE POEMA DO FOTOLOG DA MINHA AMIGA MARIANA, QUE HÁ ANOS NAO VEJO E NEM FALO. ISSO PROVA COMO AS PALAVRAS PERMANECEM NO TEMPO E POSSUEM SIGNIFICADOS E VALORES DIFERENTES ENTRE QUEM AS ENUNCIA E QUEM ABSORVE O ENUNCIADO!! BOM RECUPEREI UM BELO POEMA PARA CASO DE UM LIVRO E LEMBREI-ME DE COMO UMA BELA AMIZADE NASCEU...

Matéria-prima: Mariana

Para o seu aniversário

Mariana, antes que eu te louve
por que diabos não me amas?

Sem respostas exatas
mesmo assim irei louvar
Ao brilho que faz inveja à lua
À grandeza que afoga o mar

Louvo-te porque teu olhar me inflama
porque tens olhar de cigana
E me desarma num simples abrir
dos teus quentes lábios de italiana

Doce Mariana, enquanto te louvo
pergunto por que diabos não me amas?

Mesmo assim continuas a ser louvada
porque te encontrar me deu novo alento
fez-se manhã minha madrugada
brotastes como flor em meu pensamento

Como me fazes florir todo dia
no galanteio de um breve momento
no medo da infeliz despedida
medo de cair em teu esquecimento

Por tudo isso, com isso tudo
ainda insisto em louvar-te!

Louvo-te porque amo-te
porque és amável e também durona
E és minha melhor metalinguagem
Mistura de Julia Roberts com Madona

Amo-te porque és matéria-prima
minha austera e servil poesia
Tu és alcóol e és chama
És minha doce e meiga MARIANA.

Ricardo Alcantara de Melo 31/03/205

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Relendo Vinicius

Para uma menina com uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, que aliás você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você quando sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre num nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, como uma santa moderna, e anda lento, a fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der aquela paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta mas não concorda porque é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara- na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as outras mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse, cantando sem voz aquele pedaço em que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nestas montanhas recortadas pela mão presciente de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

sábado, 20 de novembro de 2010

sonho de simplicidade

Sonho de Simplicidade- Ruben Braga

Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber intrigas?

Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata, tive de repente um ataque de pudor me surpreendendo assim, a escolher um pano colorido para amarrar ao pescoço.

A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede, nem frio. Para que beber tanta coisa gelada? Antes eu tomava a água fresca da talha, e a água era boa. E quando precisava de um pouco de evasão, meu trago de cachaça.

Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca — foi um carinho ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe moqueado e meia caneca de cachaça. Que prazer em comer aquele peixe, que calor bom em tomar aquela cachaça e ficar algum tempo a conversar, entre grilos e votes distantes de animais noturnos.

Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar de repente uma vida de acordar bem cedo? Outro dia vi uma linda mulher, e senti um entusiasmo grande, uma vontade de conhecer mais aquela bela estrangeira: conversamos muito, essa primeira conversa longa em que a gente vai jogando um baralho meio marcado, e anda devagar, como a patrulha que faz um reconhecimento. Mas por que, para que, essa eterna curiosidade, essa fome de outros corpos e outras almas?

Mas para instaurar uma vida mais simples e sabia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas de palavras, esse oficio absurdo e vão de dizer coisas, dizer coisas... Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo: tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo. mas deixasse a alma sossegada e limpa.

Todo mundo, com certeza, tem de repente um sonho assim. E apenas um instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para tomar nota de um nome, um número... Para que tomar nota? Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver — sem nome, nem número, fortes, doces, distraídos, bons, como os bois, as mangueiras e o ribeirão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

lei do caminhao do lixo

Lei do Caminhão de Lixo.

Um dia peguei um taxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa,
quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.
O taxista pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós
nervosamente. Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo
um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigavel.

Indignado lhe perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o
seu carro e nos manda para o hospital!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de "A Lei
do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai
carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de

desapontamento.
À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de
um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome
isso pessoalmente. Isto não é problema seu!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo
de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA,
ou nas ruas. Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo
estragarem o seu dia. A vida é muito curta, não leve lixo. Limpe os

sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustações.
Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.



A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira
como você a recebe!

sábado, 6 de novembro de 2010

Quando eu morrer quero ficar

MÁRIO DE ANDRADE

Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade.
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

EU E A MATEMÁTICA

Memorial matemático

Ricardo Alcântara de Melo

"A matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o universo." (Galileu Galilei).

A matemática está presente em toda a natureza e, levou o homem a grandes construções e inovações tecnológicas. Desde minha infância até hoje, me revela um mundo cheio de formas, simetrias e agiliza minha vida direta e indiretamente.

Bem cedo, antes mesmo de freqüentar a escola, já tenho lembranças de uma relação muito forte com a matemática: os brinquedos.

Fui criado na roça e por isso tive o grande privilégio de fabricar, na maioria das vezes, meus próprios brinquedos. Daí surgiu a primeira necessidade de relacionar-me com medidas, formas geométricas, ângulos e retas.

Ao relembrar a infância, no que diz respeito a matemática, três engenhos me vieram a mente: um cata vento, uma pipa e as não muito ecológicas arapucas. Como as relações de medidas foram importantes para que eu construísse tais brinquedos. Lembro que na época, ninguém me instruía que varetas e taquaras fossem medidas e equilibradas e, foi através de tentativas e erros que fui percebendo a necessidade de simetria entre as pás do cata-vento, a importância do peso e medida corretos da rabiola para o vôo eficaz de uma pipa.

Gostaria de relembrar um insite que tive quando fabricava uma de minhas primeiras arapucas. Observando o produto final, que meu irmão fazia mas não tinha paciência de me ensinar, pensava que a armação devia partir de um quadrado. Disso sempre resultava uma armadilha de teto baixo, isso quando uma das embiras que prendia as taquaras não arrebentava. Então pelo método de “desmanchamento” vi que as de meu irmão tinham uma armação retangular, por isso ficavam altas. Eis a noção de profundidade aumentando as possibilidades de boa caça.

Passando deste empirismo para os tempos da escola, não tenho lembranças significativas sobre a matemática, pois caí na terrível arapuca da crença de que “matemática é muito difícil” ou “você tem que aprender bem matemática”. No entanto, sempre tive sucesso nessa ciência.

Apesar de nos primeiros anos achar pouca utilidade para as operações que aprendia, gostava muito de fazer os desenhos do QVL no meu caderno, achando fantástico transformar 10 em 1 e, posteriormente, 1000 em 1.

No entanto, de grande utilidade nessa fase foi aprender a ver as horas no relógio analógico, pois eram os únicos que existiam em casa, já que minha mãe não estava provida de arsenais financeiros para comprar quantos relógios digitais fossem precisos para que eu desmontasse para entender seu funcionamento. Saber que se aproximavam as quatro horas era felicidade completa, pois, em minutos, nosso campinho de futebol estaria cheio para mais um clássico.

Uma lembrança que poderia ser negativa, nos anos finais do ensino fundamental era outra máxima: “números negativos é difícil...”. Porém, a curiosidade em saber o que era isso parece ter me motivado a aprender esses conceitos, com os quais nunca tive grandes dificuldades.

No ensino médio, não aconteceram grandes descobertas, a não ser quando a Física e o curso de Mecânica trouxeram uma função prática para muitos cálculos que aprendera a fazer. São conhecimentos que jamais esquecerei: as noções de ótica, a trigonometria e os demais cálculos que fazem as máquinas funcionar.

Assim a matemática se fez e se faz presente em meu cotidiano, revelando-me modos diferentes de pensar, agilizando cálculos financeiros e desvendando-se cada vez mais na minha formação como ser humano. Se o homem é imagem e semelhança de Deus, talvez por isso se fascine tanto em decifrar seu alfabeto e a partir dele construir palavras significantes à sua existência.

A questão da afetividade no filme Black

A questão da afetividade no filme Black

RICARDO MELO

ESPECIALISTA EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PELA PUC MINAS

Esta resenha tem por objetivo abordar a questão da afetividade no filme indiano Black, produzido em 2005 sob a direção de Amitabh Bachchan . O filme narra a história de uma jovem cega e surda. Por sua deficiência, é uma garota confusa, triste e violenta. Vive, assim, a escuridão. Até que conhece um professor que irá guiá-la a um outro universo. A jovem então encontrará o caminho da luz.

A análise será feita com base na mudança de comportamento da família de Michelle (Rani Mukherjee ) no início da trama, na seqüência de seu tratamento e por toda sua vida, no envolvimento do professor Debraj Sahai (Amitabh Bachchan) e no enredamento afetivo entre Michelle, seu professor e, consequentemente o conhecimento.

Antes de iniciar a análise, vale ressaltar a importância da afetividade no atual contexto da educação. Sabe-se que a escola assume cada vez mais a função de formadora de valores, os quais eram gerados inicialmente na família. Para que essa atividade seja executada com êxito e eficácia é necessário o envolvimento afetivo entre as partes envolvidas na construção da personalidade e do intelecto do educando. Logo, sem laços de afetos entre escola e aluno, a educação não acontece, o cidadão não se forma.

Chalita (2004), afirma que “o ato de educar não pode ser visto apenas como depositar informações nem transmitir conhecimentos, mas o ato de educar só se dá com afeto, só se completa com amor”. Pode-se definir, então, que se queremos construir pessoas capazes de, segundo Delors, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser, precisamos ensiná-los a ser afetuosos, a dar e receber afeto.

Michelle, devido a sua dificuldade em dar e receber afeto salvo na convivência com a mãe ― era considerada, por sua família, como um animal, um ser incapaz de interagir socialmente e, finalmente, como um risco, após o nascimento de sua irmã Sara (Nandana Sen). Sua família considera que a única solução seria mandá-la para um asilo. É justamente o afeto da mãe que salva Michelle de tal condenação e põe em sua vida o professor Debraj Sahai. Este, no início, encontra grande aversão do pai, tanto no referente a pessoa do professor quanto a eficácia do método inicialmente utilizado.

Antes de dissertar sobre o comportamento do professor Debraj, é importante ressaltar que o profissional de educação, para conseguir desenvolver-se com eficácia no papel de educador, deve dispor de dois princípios fundamentais: primeiro precisa estar preparado científica e pragmaticamente para os desafios que o ato de educar proporciona. Por conseguinte, tende ser flexível e aberto às surpresas e às singularidades com que cada ação educativa se apresenta a cada nova dificuldade de aprendizagem que tentará sanar. Assim se apresenta a transformação do professor de Michelle.

Inicialmente, Debraj tenta aplicar a sua pupila os mesmos métodos que utilizava com outros alunos deficientes os quais ensinou. Diante das singularidades de sua aluna e na resistência de sua família, percebeu que deveria experimentar algo novo. Então se isola com ela por vinte dias e procura condiciona - lá, em uma tarefa exaustiva, na qual muitas vezes passa de educador a educando. No entanto, nessa luta em “domesticar” Michelle que o extraordinário, no último momento, acontece: as trevas da menina se convertem em luz. O contato com a água faz intertextualidade com o conceito judaico-cristão do batismo. Ao relacionar a experiência sensível com o conceito da palavra, a menina se liberta do seu mundo de trevas e sofrimentos e renasce para uma nova realidade: o mundo exterior, da relva, das flores, da família que passa a enxergá-la como um membro da família, e, finalmente, da relação de afeto com seu professor.

A partir dessa primeira superação, pode se dirigir um novo olhar para as ações de Michelle, que se torna capaz de adquirir conhecimentos e, por meio da relação de afeto estabelecida entre ela e seu professor tem a chance de ingressar em uma universidade, para estudar artes. Aqui se mostra, sem maiores comentários, a relação de afeto que se enreda entre a educanda, o conhecimento e a figura do professor. Não se pode encontrar maior explicação do que a da própria aluna quando um dos membros da banca da universidade, no teste de admissão, lhe faz a interrogação final. A resposta da personagem garante com louvor, sua aprovação:

"O que é conhecimento para você?".

E Michelle responde:

"Conhecimento é tudo. Conhecimento é espírito, sabedoria, coragem, luz, som. Conhecimento é a Bíblia, Deus. Conhecimento é meu professor".

A afetividade e sua contra afirmativa, o desafeto, a ira e a indiferença, tanto na trama como na realidade da educação, faz com que o professor se perca em sua prática e com que o aluno estanque em estágios cognitivos e afetivos as vezes irreversíveis. Os descontroles de Debraj com Michelle fazem com que ela também se descontrole e passe a regredir no que estava aprendendo. Por outro lado, tanto na ficção do filme como na realidade, é possível perceber que disciplina e desafios faz com que os alunos alcancem patamares superiores, dos quais tanto professor quanto aluno não acreditem ser alcançados.

O filme, produção indiana baseada na vida de Helen Keller, pode ser ainda objeto de outras dissertações envolvendo temas educacionais, afetivos ou de inclusão. Mas, dentro do que foi proposto, foi ampliada e reforçada a crença de que por meio do entrelaçamento afetivo entre professor, aluno, escola e família, pode-se propiciar um ambiente escolar bem mais propicio a construção do conhecimento, amplo, universal e humano, como foi, nas palavras da personagem Michelle, muito bem definido. Finalmente, importa citar, as tocantes palavras do professor Debraj, ao diretor da universidade, durante a conversa sobre a possibilidade de aceitar a jovem em uma escola normal: “há poucas oportunidades de fazer boas obras... espero que não perca esta”

Bibliografia:

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. p.11. São Paulo. Editora Gente, 2004

sábado, 25 de setembro de 2010

vc beija o espelho da sua escola?

Marcas de Batom no Banheiro...

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.
No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho.
O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!

Moral da história: Há professores e há educadores...

Comunicar é sempre um desafio!
Às vezes precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

DIETA

AS MAGRELAS QUE ME DESCULPEM

MAS UMA GORDURINA É FUNDAMENTAL!

PORQUE QUEM GOSTA DE OSSO É CACHORRO...

PORQUE UM CORPO ESQUELÉITCO

ESCONDE UMA ALMA VAZIA

UMA IDEOLOIA OCA

NA QUAL SE É O NÚMERO QUE SE VESTE

E NÃO OS INCONTÁVEIS SORRISOS COLHIDOS

AS DIVERSAS LÁGRIMAS ENXUTAS

ESSE POEMA É PRA VOCE MULHER VACILANTE

SE PERDES O SÁBADO...

SE O VESTIDO NÃO LHE CAI BEM...

E NÃO PERMITE À BRISA DO MAR TE BEIJAR POR INTEIRA

DESCONHECENDO QUE OS MISTÉRIOS LUNARES

RESIDEM NOS OBSCUROS DOS ACIDENTES GEORÁFICOS

E TODA SEMENTE SÓ NASCE QUANDO INSERIDA EM COVAS

AS DE SEU ROSTO, DE SEU VENTRE, SUAS COXAS...

DE TODA E QUALQUER PARTE DE SEU CORPO

SUPERIOR AO DE QUALQUER “BELDADE”

TRANCENDENTE AO ESTÉTICO, AO DITO ÉTICO

E CONDUZE-ME COM MUITO MAIS ARDOR

A ESFERA DO DESEJO, DO PRAZER, DO TESO...

PORQUE FAZES AMOR SEM CULPA, PRA GOZAR

“MULHER TEM QUE DAR PEGA, ENCHER A MAO!”

OBESIDADE SÃO OUTROS QUINHENTOS... OU ATÉ TREZENTOS

SAÚDE TAMBEM É FUNDAMENTAL!

A DO CORPO, DA MENTE E A ESPIRITUAL

DEIXE PRA SER ESQUELÉTICA DEPOIS DA MORTE

NO CÉU A ALMA TEM DE ENTRAR ABARROTADA

BALEIAS DO BEM, MAMUTES DA CARIDADE

JAMANTAS DO AMOR, BOLOTAS DO AFETO

TAMBÉM CABEM NA PORTA ESTREITA

ATÉ COM MAIS FOLGA

DO QUE AS DOENTES ALMAS RESSEQUIDAS DAS SARADAS

DO QUE AS POBRES CRIATURAS ESQUELÉTICAS

DE CARNE, DE PRAZER E DE VIDA

VOCE NÃO VAI FICAR SOZINA POR UNS QUILOS A MAIS

CELULITE TODO MUNDO TEM...

HOMEM DE VERDADE GOSTA É DA FOFURA,

DE QUEM DISPUTE COM ELE O ÚLTIMO TORRESMO DO PRATO

E DE UMA PARTICULARIDADE MARAVILHOSA QUE TODAS TEM:

O SORRISO QUE NOS ACORDA A TODA MANHA

UM CONVIDATIVO “AMO VOCE” AO PÉ DO OUVIDO

O CALOR APAIXONANTE DE UM BEIJO.

HERMANO MELO

Deslocamentos

Oh criatura irritante que sou
Nesse constante buscar do médio
Enquanto é o extremo que me eleva
É o exagero que me fascina e faz viver

Quero viver nos extremos!

Estou tímido e ainda pouco corajoso
Sempre juro jamais apaixonar de novo
Mas foi lançar o olhar em ti
Toda feita do sol e do céu em chamas
Senti meu coração bater novamente

Fugi novamente à média!

Pois tu foste pros meus olhos
A luz mais fascinante do dia
A estrela mais brilhante da noite
A gota mais fria e cristalina
Do mar de paixão que me trouxe a vida

Arrebataste-me ao Nirvana!

Você,singularmente você !
Fascinação transcendental
Limite entre o medo e o espasmo
Transcendência fascinante
Música e luz do parnaso

Devolva -me a mediocridade

Não sou ousado pra declarar
O quanto confundes meus sentidos
E em tão breve irás partir
E eu tolo, totalmente tonto
Triste retornarei a melancolia

Espero enlouquecer por ti!

HERMANO MELO

nov/2004

CANÇÃO ÀS MENINAS DE MINAS

Minha terra tem meninas
Que dá gosto de olhar;
As meninas que aqui se enfeitam,
Não são como as de lá.

Seus olhos são as estrelas,
Seus cabelos são as flores,
Suas palavras têm mais vida,
Pra aflorar nossos amores.

Ao cismar sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem meninas
Que dá gosto de beijar.

As meninas têm princípios,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar _ sozinho à noite_
A vontade é de estar lá;
Minha terra tem meninas
Que até servem pra casar.

Permita Deus que eu ame
Uma que seja de lá.;
E apague os desalentos,
Que já sofri por cá;
Entre riso e inocência,
Possa eu me apaixonar.


HERMANO MELO

09/2002
ESSA É UMA FORMA SINGELA DE HOMENAGEAR MINHA MÃE E TODAS AS MULHERES QUE DE ALGUMA FORMA DISPENSARAM A MIM O CARINHO DE MAE!!
Para Sempre


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade

domingo, 4 de julho de 2010

ESSE DESENHO FOI FEITO POR UMA ALUNA MUITO QUERIDA, A PEDIDO MEU. GOSTARIA DE BATIZÁ-LO COMO: DESINFORMAÇÃO.

É O QUE ACONTECE EM UM PAÍS QUE SOFRE COM EPIDEMIAS SIMULTANEAS!

MOSQUITO TRANSMISSOR DA GRIPE SUÍNA! SEGUNDO ALGUNS ALUNO JA EXISTE O MOSQUITO TRANSMISSOR DA AIDS: O AIDS EGÍPICIO!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

SEJA BEM VINDO!

Relendo o Pequeno Príncipe aprendi uma nova e icognita frase: " É TAO ESTRANHO O PAÍS DAS LÁGRIMAS"

PENSE BEM NISSO ANTES DE FAZER ALGUÉM CHORAR!!

HERMANO MELO