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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

EU E A MATEMÁTICA

Memorial matemático

Ricardo Alcântara de Melo

"A matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o universo." (Galileu Galilei).

A matemática está presente em toda a natureza e, levou o homem a grandes construções e inovações tecnológicas. Desde minha infância até hoje, me revela um mundo cheio de formas, simetrias e agiliza minha vida direta e indiretamente.

Bem cedo, antes mesmo de freqüentar a escola, já tenho lembranças de uma relação muito forte com a matemática: os brinquedos.

Fui criado na roça e por isso tive o grande privilégio de fabricar, na maioria das vezes, meus próprios brinquedos. Daí surgiu a primeira necessidade de relacionar-me com medidas, formas geométricas, ângulos e retas.

Ao relembrar a infância, no que diz respeito a matemática, três engenhos me vieram a mente: um cata vento, uma pipa e as não muito ecológicas arapucas. Como as relações de medidas foram importantes para que eu construísse tais brinquedos. Lembro que na época, ninguém me instruía que varetas e taquaras fossem medidas e equilibradas e, foi através de tentativas e erros que fui percebendo a necessidade de simetria entre as pás do cata-vento, a importância do peso e medida corretos da rabiola para o vôo eficaz de uma pipa.

Gostaria de relembrar um insite que tive quando fabricava uma de minhas primeiras arapucas. Observando o produto final, que meu irmão fazia mas não tinha paciência de me ensinar, pensava que a armação devia partir de um quadrado. Disso sempre resultava uma armadilha de teto baixo, isso quando uma das embiras que prendia as taquaras não arrebentava. Então pelo método de “desmanchamento” vi que as de meu irmão tinham uma armação retangular, por isso ficavam altas. Eis a noção de profundidade aumentando as possibilidades de boa caça.

Passando deste empirismo para os tempos da escola, não tenho lembranças significativas sobre a matemática, pois caí na terrível arapuca da crença de que “matemática é muito difícil” ou “você tem que aprender bem matemática”. No entanto, sempre tive sucesso nessa ciência.

Apesar de nos primeiros anos achar pouca utilidade para as operações que aprendia, gostava muito de fazer os desenhos do QVL no meu caderno, achando fantástico transformar 10 em 1 e, posteriormente, 1000 em 1.

No entanto, de grande utilidade nessa fase foi aprender a ver as horas no relógio analógico, pois eram os únicos que existiam em casa, já que minha mãe não estava provida de arsenais financeiros para comprar quantos relógios digitais fossem precisos para que eu desmontasse para entender seu funcionamento. Saber que se aproximavam as quatro horas era felicidade completa, pois, em minutos, nosso campinho de futebol estaria cheio para mais um clássico.

Uma lembrança que poderia ser negativa, nos anos finais do ensino fundamental era outra máxima: “números negativos é difícil...”. Porém, a curiosidade em saber o que era isso parece ter me motivado a aprender esses conceitos, com os quais nunca tive grandes dificuldades.

No ensino médio, não aconteceram grandes descobertas, a não ser quando a Física e o curso de Mecânica trouxeram uma função prática para muitos cálculos que aprendera a fazer. São conhecimentos que jamais esquecerei: as noções de ótica, a trigonometria e os demais cálculos que fazem as máquinas funcionar.

Assim a matemática se fez e se faz presente em meu cotidiano, revelando-me modos diferentes de pensar, agilizando cálculos financeiros e desvendando-se cada vez mais na minha formação como ser humano. Se o homem é imagem e semelhança de Deus, talvez por isso se fascine tanto em decifrar seu alfabeto e a partir dele construir palavras significantes à sua existência.

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